sábado, 8 de outubro de 2011

Diagnóstico

O Diagnóstico de TDAHI não aprisiona, quando a pessoa é de fato TDAH, ele liberta. Por que ao invés de mantê-la aprisionada no estigma de irresponsável, burra, negligente, incapaz, coloca um ponto final na sucessão de preconceitos e abre um espaço para sua inclusão. Todos os portadores merecem ser entendidos em suas especidades.
O Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC – Centers for Disease Control and Prevention) alerta que o diagnóstico do TDAHI deve ser feito somente por profissionais treinados e qualificados na área da saúde mental, visto que vários sintomas presentes no TDAHI também são observados em outras patologias, sistêmicas e neuropsiquiátricas.

Na atualidade, tem sido fonte de preocupação a emissão de diagnósticos de TDAHI realizados por profissionais não médicos. Isso ocorre devido à falsa crença que o diagnóstico pode ser realizado apenas com o uso de escalas respondidas por pais e professores. No entanto, a presença dos sintomas não é o único pré-requisito; Também é de fundamental importância que eles causem um prejuízo significativo na vida acadêmica e social dos portadores e não sejam associados a outras doenças sistêmicas e/ou neuropsiquiátricas, cuja diferenciação, muitas vezes, só é possível através de uma anamnese ampla e detalhada, e em algumas situações específicas complementada com exames laboratoriais. Como não existe um marcador laboratorial, um teste de imagem (MRI ou PET scan) ou um teste neuropsicólogico específico para o diagnóstico, e também pelo fato do TDAH causar um comprometimento generalizado do processamento de informações pelo Sistema Nervoso Central, é necessário que as crianças sejam submetidas a uma análise minuciosa do comportamento: quando e por quanto tempo vem demonstrando os sintomas, se estão presentes em casa, na escola e na comunidade, se causam prejuízos significativos.

Também é essencial realizar testes das funções corticais superiores, como atenção, percepção, linguagem, coordenação e memória. Estas investigações devem integrar as avaliações de profissionais das áreas multidisciplinares. Ao longo do processo devem ser analisadas informações provenientes de entrevistas semi-estruturadas colhidas do próprio portador, familiares e dos professores, assim como devem ser aplicados os critérios operacionais estabelecidos pelo DSM-IV-TR. Estes procedimentos resolvem as dificuldades de interpretar os sintomas na maioria dos casos, e auxiliam o médico a não emitir um parecer baseado em informações de uma única fonte ou não definir um perfil de comportamento mediante observações de uma única consulta.

O diagnóstico pode oferecer dificuldades quando se refere aos lactentes e pré-escolares. Os critérios operacionais do DSM-IV-TR não são confiáveis para crianças menores de 4 anos e 6 meses, e até certo ponto, níveis inadequados de atenção, hiperatividade e impulsividade podem ser comportamentos normais nestas idades. Somente o acompanhamento do desenvolvimento da criança com monitoração de atividades que envolvem sua atenção e comportamento oferecerá ao médico a possibilidade de um diagnóstico inequívoco.

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